Revolução Industrial | O alvorecer de uma nova era


A origem da Revolução Industrial e o início de um novo mundo.


A Revolução Industrial pode ser entendida como um conjunto de mudanças iniciadas por volta de 1760 na produção de mercadorias. Antes da Revolução, predominava formas de produção como artesanato e manufatura.

É importante que se diga que a Revolução Industrial não começa com a invenção das máquinas que transformaram a produção. Começa bem antes com medidas tomadas pelo governo inglês que favoreceram sua economia.

Dessa forma, não poderíamos falar da Revolução Industrial sem antes falar da Revolução Gloriosa que colocou a burguesia no poder da Inglaterra:

A Revolução Gloriosa
Em 1660, com Carlos II, a dinastia Stuart voltou ao poder. Simpático à Igreja de Roma, o rei acabou com as leis que restringiam a atuação dos católicos.
Jaime II, seu irmão e sucessor, queria restaurar o poder do catolicismo na Inglaterra. As reações dos anglicanos e dos puritanos foram intensas. Em 1688, o Parlamento, apoiado por comerciantes, financistas e proprietários rurais, depôs Jaime II e colocou no trono seu genro Guilherme de Orange, um holandês protestante. Esse episódio ficou conhecido como Revolução Gloriosa.
A monarquia passou a respeitar a Magna Carta e a Declaração dos Direitos (de 1689), e o governo, de fato, começou a ser exercido pelo Parlamento, numa conciliação entre nobreza e burguesia. Medidas administrativas posteriores favoreceram o desenvolvimento capitalista no país: o estímulo ao livre-comércio, a modernização dos portos e a construção de estradas e navios. Com a Revolução Gloriosa, a burguesia assumiu o poder na Inglaterra.

Ao final do século 17, o reino inglês consolidava seu poder mercantil. Objetivando o lucro e o desenvolvimento econômico, os governantes adotaram medidas que favorecia aos negócios e a industrialização inglesa.

Com as conquistas territoriais advindas da expansão marítima nos séculos 15 e 16, os ingleses consolidaram seu domínio comercial com a venda de produtos manufaturados como o algodão, que mesmo antes da Revolução Industrial já representava 50% das exportações.

O algodão obtido nas colônias em especial na América do Norte era vendido como tecidos manufaturados em colônias da América e da África.

Os lucros gerados por esse comércio impulsionaram a mecanização da produção têxtil em meados do século 19, a indústria inglesa já estava toda mecanizada.


Com a mecanização dos meios de produção era necessária a modernização da agricultura. O governo inglês favoreceu os grandes latifundiários concedendo-lhes o direito de expulsar os camponeses das terras comunais como objetivo de cercar as áreas e transformá-las em pastagens. A prática dos cercamentos iniciada no século 16, ganhou mais força no século 18.

Com a introdução do “sistema de três campos”, a criação de ovelhas foi favorecida, pois os animais pastavam o ano inteiro e forneciam o esterco suficiente para evitar o desgaste do solo.

Além dessas, outras inovações foram introduzidas na agricultura e na pecuária, no entanto, o alto custo dessas técnicas fazia com que apenas os ricos a implementassem em suas terras.

Com essas mudanças, as principais conseqüências foram o aumento da produção agrícola que abastecia a população que crescia sobretudo nas cidades. A expulsão dos camponeses de suas terras ocorreu devido não conseguirem competir com a agricultura moderna, dessa forma a população acabou indo para as cidades criando a força de trabalho para as fábricas que surgiram.

Convém também dizer que a abundancia de carvão e ferro foi importante para o pioneirismo industrial inglês.

Até o século 18, os ingleses usavam sobretudo carvão vegetal, mas com a rápida extinção de grandes  partes das florestas, uma crise de energia levou os ingleses a experimentar o carvão mineral.

O ferro teve sua produção triplicada em meados do século 18. Essa exploração propiciou inovações que modificaram a paisagem inglesa. E na segunda metade do século 18, a Inglaterra começou a sua Revolução Industrial.

Entre 1770 e 1850, a Inglaterra passou por uma intensa transformação social e econômica que ficou conhecida como Revolução Industrial.

Uma das marcas mais evidentes na paisagem inglesa com o início da Revolução foi a construção dos grandes galpões que armazenavam as máquinas e abrigavam os operários encarregados da produção.
O crescimento do número de fábricas atraiu a população do campo para a cidade que buscava  garantias de sobrevivência.

O avanço tecnológico cada vez mais substituía o trabalho humano, onde o artesão deixava de ser o produtor para tornar-se o operador das máquinas e o trabalhador teve seu ritmo de vida modificado e o tempo que era determinado pela natureza passou a ser determinado pela máquina.

A vida do trabalhador teve que se adaptar ao ritmo cada vez mais rápido da produção já que se trabalhava mais horas por dia de forma mais rápida.

A sociedade industrial se organizou em tornou de dois grupos: a burguesia e o proletariado.

A burguesia era a classe formada pelos proprietários das máquinas, das fábricas, dos bancos, das redes de comércio e das empresas agrícolas fortalecidas a partir do século 18. A classe impôs cada vez mais seu domínio.

O proletariado era formado pelos trabalhadores que sobreviviam dos seus salários. Sem os meios de produção, vendiam sua força de trabalho em troca do salário, porém não recebiam o valor justo de suas horas de trabalho sendo explorados pelo proprietário.


A Revolução Industrial não só revolucionou o modo de produção como também a noção de tempo e espaço. Invenções como o navio à vapor (1807) e a locomotiva (1825) dinamizou a comunicação com lugares distantes. O tempo encurtou-se e o espaço foi diminuído.

FONTE: 

Seriacopi, Gislane Campos Azevedo. História: volume único. 1. ed. São Paulo: Ática, 2005.

Apolinário, Maria Raquel. Projeto Araribá: História/ensino fundamental (6º ano). 2 ed. São Paulo: Moderna, 2007. 

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