Os Piratas do Rock

CINE FOX CMA REALIZA SESSÃO COM "OS PIRATAS DO ROCK" E GERA DEBATE SOBRE O VALOR CULTURAL DO ROCK.

 

Com o objetivo de oferecer programações de filmes variados e gerar debates acerca das temáticas dos filmes associando-os a questões do nosso cotidiano, o Cine Fox CMA (Centro de Memória da Amazônia) representa mais um espaço de entretenimento e reflexão na cidade de Belém. A partir da linguagem cinematográfica, as sessões do Cine Fox CMA procuram a participação não apenas de pesquisadores e estudiosos do Cinema, mas também de um público mais abrangente como alunos do ensino médio, por exemplo.

Na última terça-feira, dia 17, foi realizada sessão com o filme “Os Piratas do Rock”. Essa sessão foi pensada levando em consideração o dia do Rock que ocorreu no dia 13 de julho e também discutir o valor cultural do rock no contexto histórico apresentando no filme e nos dias de hoje.

O filme é inspirado na revolução das rádios piratas britânicas de 1960, “Os Piratas do Rock” conta a história de um grupo de amigos DJs que monta uma emissora num grande navio de pesca atracado na costa da Inglaterra. O ano é de 1966, quando a principal rádio do país, a BBC, dedicava apenas duas horas por semana tocando rock and roll. Eis que uma emissora pirata cria uma programação de rock 24 horas por dia. O sucesso é imediato. Cerca de 25 milhões de pessoas sintonizam a rádio diariamente – mais da metade da população da Inglaterra. 

“Os Piratas do Rock” é dirigido por Richard Curtis que também dirigiu Quatro Casamentos e Um Funeral e Um Lugar Chamado Notting Hill. O elenco conta com Bill Nighy, Rhys Ifans, Kenneth Branagh e o vencedor do Oscar, Philip Seymour Hoffman.

  

Após a exibição do filme foi realizado um debate que levou em conta as características culturais do rock. A participação das pessoas que acompanharam a sessão e compartilharam sua ideias foi de vital importância para a discussão a respeito do rock em diferentes gerações. “Os Piratas do Rock” levanta questões da rebeldia, contestação e de comportamento inerentes ao estilo musical, mesmo sem aprofundar tais questões; no entanto o debate que ocorreu logo após a sessão serviu para refletir e aprofundar tais pontos e outros que foram apresentados pelos participantes.

O filme também procura mostrar a diferença de percepções em termo de cultura sobre aquilo que é dito sobre uma “cultura oficial” e “cultura popular”. Pelo discurso dos representantes do governo, o rock, no filme, nunca era nomeado como um estilo de música, mas sim como “música popular”, sendo em alguns momentos, retratado por um representante do governo como “pornografia”. Richards Curtis parece querer mostrar que o governo era contrário a tudo aquilo que era popular. Em diversos momentos isso fica bem evidenciado até na fala de Quentin, dono da rádio pirata, que diz que “o governo odeia pessoas livres”. O rock nesse contexto surge como liberdade de expressão não somente de opinião, mas também de comportamente.

Um dos mais pontos mais discutidos foi o papel do rock ontem e hoje. Se algumas décadas atrás o rock possuía um papel ativo em contestar a sociedade e o governo, qual é a função do rock hoje? Ele ainda mantém esse mesmo objetivo? O debate foi bem interessante.

As sessões do Cine Fox CMA ocorrem todas as terças às 16h, com entrada gratuita, no Centro de Memória da Amazônia localizada na Travessa Rui Barbosa, 491, Reduto. Para mais informações, telefone (91) 3252-2843. Compareça e participe dos nossos debates.

Nome original: The Boat That Rocked

Ano: 2009.

Elenco: Kenneth Branagh, Philip Seymour Hoffman, January Jones, Chris O´Dowd, Tom Sturridge, Rhys Ifans, Bill Nighy.

Direção: Richard Curtis

Gênero: Comédia

Duração: 135 min.

Distribuidora: Paramount Pictures