Os Bórgias (1ª Temporada)
A PRIMEIRA TEMPORADA DE OS BÓRGIAS MOSTRA UMA ÉPOCA ONDE O PAPA GOVERNAVA O DESTINO DO MUNDO
A trajetória da
família Bórgia que exerceu o poder em Roma no final do século XV já rendeu
diversos filmes, peças e romances literários – entre eles uma obra de Mario
Puzo, o mesmo autor de “O Poderoso Chefão”. Atualmente a família de origem
espanhola volta a ganhar destaque na série Os
Bórgias do canal Showtime e exibida aqui no Brasil pelo canal TNT. Já se
encontra em lojas de todo o país o box com a primeira temporada da série
reunindo os nove episódios e vários extras.
Os Bórgias, série de Neil Jordan (Entrevista
Com Vampiro) e criada por Michael Hirst (The Tudors), vem ocupar o espaço deixado pelo final da série The Tudors que mostrava os amores e
desamores de Henrique VIII. A nova série então mantém o gênero de produções históricas
do canal e encontrou na trajetória de corrupção, intrigas, assassinatos e
escândalos sexuais protagonizados pela família Bórgia o enredo ideal para
segurar os fãs de The Tudors.
A primeira temporada
da série mostra a ascensão de Rodrigo Bórgia (Jeremy Irons) ao cargo mais alto
da Igreja Católica de Roma. Ao tornar-se papa, em 1492, Rodrigo fica então
conhecido como Papa Alexandre VI e vai utilizar de todo o poder que tem em mãos
para conseguir mais poder sobre os estados italianos. Mas o forma como Rodrigo
Bórgia torna-se papa já demonstra seu caráter e de sua família. Utilizando das
riquezas que dispunha, Rodrigo compra os votos dos cardeais.
Os Bórgias além de romancear a trajetória desses personagens históricos, não deixa de
evidenciar o contexto histórico onde a trama ocorre. Pode parecer lógico um
comentário desses, mas se levarmos em consideração a série antecessora, The Tudors que distorcia fatos
históricos a fim de criar tramas fictícias que na verdade só diminuía a
qualidade do programa, Os Bórgias parecer
ser mais promissora. A série não deixa de lado o papel da família Bórgia como mecenas,
afinal de contas, vivia-se o Renascimento.
A situação da Itália
que na época estava dividida entre vários estados, reinos e ducados ganhou
destaque nos interesses do novo papa. A fim de manter-se no poder, Rodrigo
Bórgia faz do casamento de seus filhos alianças estratégicas com as principais
famílias da Itália. Lucrécia Bórgia (Holliday Grainger), por exemplo, casa-se com Giovanni Sforza (Ronan Vibert). A série
então evidencia a lógica dos casamentos naquela época, eram alianças políticas e
militares que estavam sendo feitas quando realizava-se casamentos entre as
principais famílias que representavam algum tipo de poder.
Além dos casamentos,
o papa Alexandre VI nomeava parentes seus para cargos eclesiásticos como fez
com seu filho, Cesare Bórgia (François Arnaud), que foi nomeado cardeal.
Além de mergulhada em
corrupção, a família Bórgia também ficou conhecida pelos escândalos sexuais que
protagonizava. A primeira temporada da série não deixa de explorar esse
aspecto, além do mais, não tinha nem como fugir do assunto. Rodrigo Bórgia ao
torna-se papa era pai de vários filhos com uma cortesã e ainda mantinha
relações com uma amante, a bela Giulia
Farnese, nos interiores do próprio Vaticano. Mesmo que de uma
forma leve nesse primeiro momento, a série também mostrava a relação incestuosa
entre os irmãos Lucrécia e Cesare Bórgia.
Ao tornar-se papa,
Rodrigo Bórgia recebe forte oposição dentro da Igreja Católica, tendo como o
frei dominicano Jerônimo de Savonarola um dos seus principais opositores.
Savonarola denunciava as práticas corruptas e amorais da Igreja de Roma.
Outro personagem que
ganha destaque dentro da trama desta primeira temporada da série é do cardeal Della
Rovere que desaprovando o papado de Bórgia busca apoio do rei da França, Carlos
VIII, para depor o novo papa.
Os destaques apresentados
acima são apenas alguns que fazem da série bastante interessante, vale lembrar
que a produção capricha na direção de arte. A trama cheia de intrigas e
conspirações cria um tom de expectativa para o destino dos personagens na série
que lutam pelos seus desejos, seja eles sagrados ou profanos. Em suma, a
primeira temporada de Os Bórgias fala
do poder que representava o trono de São Pedro, pois vivia-se uma época onde o
papa determinava o destino de reinos, de guerras e das vidas das pessoas.
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