Roma
Inaugurando os textos sobre as séries de TV com conteúdo histórico, começamos com Roma, série exibida pelo canal HBO, que teve duas temporadas exibidas entre 28 de agosto de 2005 e 25 de março de 2007. A série contextualiza o período final da república romana, partindo da vitória de Júlio César na Gália, em 52 a.C., até a chegada ao poder de Otávio Augusto, em 17 a.C., inaugurando o Império Romano.
Roma foi produzida pela BBC do Reino Unido, pela HBO dos Estados Unidos e pela RAI da Itália, a série foi filmada na própria Itália, nos estúdios da Cinecittà, onde foram construídos um dos maiores sets do mundo, os quais representavam o Fórum, o Senado, o Templo de Júpiter e os cortiços de Roma.
O esmero nos cenários pode ser percebido muito bem na série, onde a Roma representada está longe de ser aquele jóia de mármore branco representado em diversos filmes. Roma é uma cidade multicolorida, onde patrícios e plebeus vivem numa pólis semelhante a algumas de países subdesenvolvidos da nossa época. A cidade carrega a tensão social do momento, não vivido apenas pelas diferenças de classes, mas também pela disputa de poder entre os generais.
Explorando o drama, a série criada por Bruno Heller, John Millus e William J. MacDonald não é apenas vista pela ótica dos poderosos como os generais Júlio César e Pompeu Crasso. Personagens fictícios como Lúcio Voreno e Titu Pullo (baseados em dois personagens do livro V dos “Comentários sobre as Guerras Gálicas”, de Júlio César) conduzem a fio narrativo. Tanto Lucio quanto Titu são dois legionários que após retornarem da Gália terão que se habituar numa Roma em transformação, onde os antigos valores não parecem mais funcionar.
A série explora também a tensão política, a degradação de valores e a manipulação em busca de poder que faz com que famílias patrícias entrem em conflito. O núcleo patrício é encabeçado pela família de Átia, sobrinha de Júlio César e mãe de Otávio, além de amante de Marco Antônio. Átia cultiva uma disputa mortal com Servilia, amante de César e mãe de Brutus, que o manipula a trair César.
A primeira temporada, com doze episódios, mostra o declínio do primeiro triunvirato formado por Júlio César, Pompeu Crasso e Marco Licínio. Depois de derrotar Vercingétorix, líder dos gauleses, o retorno de Júlio César a Roma provoca uma disputa entre os generais culminando com César nomeado ditador de Roma. Titu Pullo e Lúcio Voreno procuram se adaptar a uma nova realidade onde suas experiências de guerra não parecem ser mais úteis. Nesse contexto testemunhamos os conflitos entre patrícios e plebeus.
A Segunda Temporada, com dez episódios, continua com a guerra civil provocada pelo assassinato de Júlio César. Marco Antonio e Otávio Augusto disputam o cargo deixado pelo ditador. Marco Antonio conta com o apoio de Cleópatra, mas não é o suficiente para barrar o avanço de Otávio rumo ao poder. Titu e Pullo assumem novas funções e procuram mediar as disputas entre os diferente grupos sociais de Roma.
Roma foi cancelada na sua segunda temporada não por falta de audiência, mas pelo seu custo elevado.
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