A Jovem Rainha Vitória
“Ele é extremamente bonito; seu cabelo tem a mesma cor que o meu; seus olhos são grandes e azuis, e ele tem um lindo nariz e uma boca muito doce com belos dentes; mas o charme de seu semblante é a sua expressão, a mais deleitável"
Rainha Vitória sobre o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota
Por séculos o casamento entre as casas reais européias seguia uma lógica de perpetuação de poder entre as famílias e também obedecia ao jogo político da época. Vários príncipes e princesas tiveram seus destinos traçados em razão das necessidades de seus reinos. Os casamentos eram verdadeiros acordos políticos onde o amor era um luxo, pois não se levava em consideração o desejo dos noivos.
No entanto, na história, há um casamento entre casas reais onde o amor foi determinante para a união do casal. Falamos do casamento entre Alexandrina Vitória, rainha da Inglaterra, com seu primo-irmão, o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota. Mas também o casamento entre os dois não escapava dos interesses políticos da época.
O filme A Jovem Rainha Vitória de Jean-Marc Vallée mostra os primeiros anos do reinado da rainha que esteve no trono inglês de 1837 a 1901. Seu reinado foi o mais extenso e ficou conhecido como a Era Vitoriana. O filme também retrata a relação de Vitória com seu primo Alberto pelo qual se apaixonou e acabou pedindo-o em casamento. Vallée faz um filme agradável cuja critica que fiz você pode conferir no CineBlog: http://lacineblog.blogspot.com/2011/04/jovem-rainha-vitoria-young-victoria.html
A Jovem Rainha Vitória, assim como Elizabeth (1998) de Shekhar Kapur, explora a personalidade e o caráter das mulheres que assumiram a liderança do Reino Unido. Retratando desde sua infância e adolescência marcada pela vigilância rígida da mãe, Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld, o filme segue uma estrutura narrativa que nos leva até a ascensão de Vitória ao trono inglês quando seu tio, o rei Guilherme IV, morre. A trama explora o drama da jovem Vitória que se encontrava no meio de um jogo disputado por pessoas próximas a ela, inclusive sua mãe, que viam na ascensão de Vitória ao trono inglês uma chance de defender seus próprios interesses.
O casamento da jovem Vitória com seu primo Alberto foi uma ideia do próprio tio deles, Leopoldo, rei dos belgas em 1831. Dessa forma foi organizado um encontro que ocorreu em maio de 1836 entre os dois filhos de Leopoldo e Vitória.
No entanto a visita dos dois jovens não agradou ao rei Guilherme IV que não almejava uma união com os Coburgos, ele preferia que Vitória casasse com Alexandre dos Países Baixos.
Em 1837, com a morte de Guilherme IV, Vitória torna-se rainha do Reino Unido aos 18 anos, no entanto não se torna rainha em Hanôver, pois vigorava a lei sálica onde mulheres não podiam ascender ao trono. Com Vitória no poder o Palácio de Buckingham tornou-se residência oficial da monarquia.
Vitória apaixonada pelo primo, Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, toma a iniciativa e o pede em casamento (visto que era mais fácil ela ter tomado essa atitude, pois não se fazia tais pedidos a uma rainha). Ele aceitou. Pela primeira vez na história tinha-se uma notícia de um casamento movido pelo amor. Vitória apenas não quebrava regras políticas, onde os casamentos eram acordos entre estados, mas também ousou em usar um véu no traje nupcial, visto que tal adereço era proibido na época. Casaram em 10 de fevereiro de 1840.
Vitória pertencia a casa real dos Hanôver, mas sua descendia masculina acabou pertencendo a linhagem do marido que era Saxe-Coburgo-Gota. Em 1917 o nome foi mudado para Casa de Windsor.
O casamento é um ponto muito interessante que o filme aborda e que não pode faltar numa analise do filme. Temos representado comportamentos de época e é importante, no caso de uma aula de história onde o filme estiver sendo utilizado, ressaltar sobre as uniões entre o homem e a mulher. Uma pesquisa sobre o casamento no século XIX, o papel da mulher na sociedade seria muito fortuita para que depois possa se analisar o papel da jovem Alexandrina Vitória no contexto em que ela viveu.
Algo que o filme não aborda, mas uma pesquisa feita sobra a rainha Vitória com certeza apontaria era a descendência que ela gerou. Todos eram hemofílicos. Vitória foi a primeira, visto que seus antecedentes não eram portadores da hemofilia.
Vitima de febre tifóide, em 14 de dezembro de 1861 morre o príncipe consorte Alberto de Saxe-Coburgo-Gota. Sua morte foi muito dura para Vitória que ainda se recuperava da morte da mãe em março daquele mesmo ano. A rainha ficou muito abalada, pois perdia um confiável conselheiro em assuntos de Estado, além de um companheiro dedicado. Vitória viveu de luto até o último dia de sua vida. Raramente aparecia em público e ficou conhecida como a “Viúva de Windsor”. Em homenagem ao marido, ela cria em 1862 a Real Ordem de Vitória e Alberto que era concedida somente as mulheres.
Por centra-se no romance entre Vitória e Alberto, o filme de Jean-Marc Vallée acaba não abordando fatos que marcaram a Era Vitoriana entre eles podemos destacar o expansionismo britânico na Índia que é incorporado ao império em 1877, Vitória recebe o título de Imperadora da Índia; e a Revolução Industrial.
Numa terça-feira, 22 de janeiro de 1901, na Osbourne House, localizada na Ilha de Wight, Vitória morria aos 81 anos devido a complicações de sua saúde. Conforme desejou, seu caixão foi levado por seus filhos. Ela vestia um vestido branco e usava o véu do seu casamento. Vitória foi enterrada ao lado do príncipe Alberto, no Mausoléu Frogmore, no Windsor Great Park.
Vitória reinou por 63 anos, sete meses e 11 dias. Com sua morte chegava ao fim o poder da Casa de Hanôver no Reino Unido. Como sua descendia era Saxe-Coburgo-Gota pela parte do marido, seu sucessor Eduardo VII foi o primeiro monarca dessa nova Casa.
gênero:Drama
duração:1 hr 45 min
ano de lançamento: 2009
estúdio: GK Films
distribuidora: Sony Pictures Entertainment (EUA) / Europa Filmes (Brasil)
direção: Jean-Marc Vallée
roteiro: Julian Fellowes
produção: Sarah Ferguson, Tim Headington, Graham King e Martin Scorsese
música: Ilan Eshkeri
fotografia: Hagen Bogdanski
direção de arte: Paul Inglis, Chris Lowe e Alexandra Walker
figurino: Sandy Powell
Quero muito ver este filme. Tirando o cinema, onde posso encontra-lo ?
ResponderExcluirGosto muito do teu Blog, porque amo o cinema. Obrigada pelas informações na íntegra.
Um abraço Luíz.
Obrigado Irene pelo comentário. Quanto ao filme você pode encontrar sendo vendido na internet. O meu comprei na Livraria Saraiva da minha cidade.
ResponderExcluirAbraços.
Adoro esse filme, eu tenho ele, é muito bom, especialmente pra mim que gosto da Monarquia Britânica e sou fã da Raina Vitctoria.
ResponderExcluirSe você ainda não leu o livro, assistir o filme antes talvez melhore a sua experiência, mas caso contrário não crie suas expectativas em relação ao livro com base na versão cinematográfica, da para amar um e odiar o outro sem problemas.. O filme é incrível! Michiel Huisman é um ator que as garotas amam por que é lindo, carismático e talentoso. Na série Game of Thrones 7 visualmente nos limpa os olhos. Esta série é ideal para uma tarde de lazer é uma boa opção.
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