A Conquista da Honra

A Conquista da Honra é uma realização de Clint Eastwood em parceria com Steven Spielberg que narra a batalha pela ilha de Iwo Jima durante a Guerra do Pacífico travada na fase final da Segunda Guerra Mundial. O filme é baseado no livro de James Bradley e Ron Powers que, logo após o seu lançamento em 2001, teve os direitos comprados por Steven Spielberg que passou a direção da adaptação a Clint Eastwood. A Conquista da Honra além de mostrar a árdua tomada da ilha de Iwo Jima dos japoneses, questiona também o mito dos hérois construídos em tempos de guerra a partir da famosa foto que mostra soldados dos Estados Unidos fincando a bandeira de seu país um cima do monte Suribachi.

Quanto ao contexto histórico do filme é importante falar que o enredo se passa entre fevereiro e março de 1945 durante a Guerra do Pacífico, onde os Estados Unidos procura tomar e controlar a ilha de Iwo Jima por representar um ponto estratégico devido aos campos áreos localizados nessa ilha.

A tomada da ilha por parte dos Estados Unidos foi uma tarefa difícil conforme mostra o filme. Os japoneses se prepararam para receber o inimigo e defender a todo o custo a ilha - um detalhe muito importante é que durante as filmagens de A Conquista da Honra, Eastwood entrou em contato com fontes que mostravam a resistência dos japoneses e resolveu filmar Cartas de Iwo Jima, filme filmado todo em língua japonesa e mostra de que forma os japoneses procuraram resistir a invasão dos soldados estadunidenses. 

Depois de bombardearem intenssamente a ilha, os soldados americanos resolvem invadir, mas são surpreendidos pelos japoneses localizados em diversos pontos estratégicos - o ponto mais importante era o Monte Suribachi, de onde os fuzileiros foram recebidos por forte fogo pesado dos japoneses. Após tomar metro por metro do Monte, os americanos alcançam o cume e fincam a bandeira dos Estados Unidos. A partir dái começa os dramas particulares vivenciados pelos personagens no filme.

Tendo como ponto de fundo - e de partida - a tomada da ilha de Iwo Jima, o filme destaca o drama vivido pelos seis soldados que ergueram a bandeira americana e, o que a foto tirada desse momento representou para toda uma nação que já estava cansada coma a guerra na qual o Estados Unidos se envolvia. A história mostra de que forma esses soldados vivenciavam a experiência de andar pelo país angariando fundos para manter os Estados Unidos em guerra contra o Japão, procurando assimilar os seus papéis de "heróis".

No entanto o filme, que facilmente poderia ser rotulado como um filme extremamente patríotico, mostra o contrário: A Conquista da Honra destaca a percepção dos soldados de uma guerra a qual eles nem entendiam o motivo de estar em batalha, questionando as autoridades governamentais que estavam mais interessadas em angariar dinheiro e as suas próprias condições heróicas; questinonam se são heróis ou não. Acredito que o ponto forte do filme seja esses questionamentos: quem são os hérois? o que é um héroi? e o mais importante: quem cria os heróis?

Se você não viu o filme, assista e procure analisá-lo dessa forma. A Conquista da Honra não é apenas um filme com belas fotografias, uma direção primorosa e com cenas de ação que não se via desde O Resgate do Soldado Ryan. Aí você perceberá a diferença entre o o filme de Clint Eastwood e o de Steven Spielberg: Eastwood nos faz pensar.

título original:Flags of Our Fathers
gênero:Drama
duração:02 hs 12 min
ano de lançamento:2006
direção: Clint Eastwood
roteiro:William Broyles Jr. e Paul Haggis, baseado em livro de Ron Powers e James Bradley
produção:Clint Eastwood, Steven Spielberg e Robert Lorenz
música:Clint Eastwood
fotografia:Tom Stern