Cinema | Confucius


A trajetória e os ensinamentos de Confúcio em uma cinebiogafia chinesa.


O confucionismo pode não ser uma das doutrinas filosóficas mais comuns no Brasil. Atualmente, estima-se que mais de 6 milhões de pessoas no mundo sejam adeptas ao conjunto de pensamentos sociais, religiosos, morais e pedagógicos criado por Confúcio, pensador político chinês do Período das Primaveras e Outonos.

Confúcio

O filme dirigido por Mei Hu, Confucius (2010), nos oferece a oportunidade de conhecermos e discutirmos a figura de Confúcio assim como seu legado filosófico que muitas vezes não tem o devido destaque nos livros didáticos (ou simplesmente não citam).


Confira a sinopse do filme: 

Confucius é um poderoso e influente ministro que se destaca por seu prestígio e autoridade em um dos impérios da China antiga. Mas tanto poder traz consigo inimigos invejosos. Uma traição politica coloca o Imperador contra Confucius e ele é injustamente deposto de seu cargo e mandado para exílio. Lutando contra os imperadores Confucius não irá somente unificar uma nação mas mudará a história da humanidade.

Confucius trata-se de uma cinebiografia chinesa do filósofo Confúcio, dessa maneira um olhar crítico sobre o filme se faz bastante necessário para alcançarmos o homem que foi o “Mestre Kong” ao invés de reproduzirmos o mito que é perpetuado por filmes do gênero. Evidente que a figura de Confúcio é de suma importância para a filosofia oriental e não se quer aqui diminuir seu papel e seus ensinamentos, mas o filme é uma criação, uma versão daquilo que aconteceu. Não esqueçamos que “baseado em fatos reais” não quer dizer “foi assim que aconteceu”.


A melhor maneira de estudar o filme é conhecendo a figura história de Confúcio. Por isso é sempre necessário ter outros tipos de materiais (textos, imagens ou outros vídeos) para fazer um contraponto, para comparar o que foi representado na tela.

O filme já é por si só uma ferramenta interessante para trabalhar a China Antiga em sala de aula. Além da trajetória dos personagens, batalhas são reconstituídas trazendo boas cenas de ação.

Quem foi Confúcio?

O nome verdadeiro de Confúcio era Chin Kungm, mas podia ser grafado como Kung-Fu-Tzu, Kung-Tzu, Kongfuziou ou Kongzi. Essa aparente confusão explica porque os jesuítas europeus latinizaram seu nome para Confucius por volta do século 16 e 17.

Confúcio foi um grande filósofo e pensador político que viveu na China entre 552 e 479 a.C. Nascido no norte da China, na atual região de Kantung, desde jovem destacou-se como um excelente aluno, posteriormente tornou-se um grande professor. Confúcio não deixou nenhuma obra escrita, mas seus ensinamentos foram registrados por seus discípulos (como representado no filme), reunidos no Lun Yu (os Anacletos).


Foi influenciado por Lao Tzu, o taoísmo e K’ung Fu-Tzu. Seus ensinamentos eram mais focados nas relações entre as pessoas do que assuntos ligados na vida após a morte.

“Quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte?” 

Confúcio procurou influenciar os governos chineses com sua filosofia para que mostrassem boas atitudes. Desaprovando qualquer tipo de tirania, Confúcio acreditava que a “virtude anterior” faria com que os líderes ganhassem o respeito de seus seguidores.

O mestre viajou por diversos reinos e, idoso, voltou para a sua cidade natal, onde morreu aos 72 anos.

Período das Primaveras e Outonos

Trata-se do período entre 722 a.C. e 481 a.C. no qual o poder foi centralizado através de batalhas e anexações. Este período recebe este nome devido ao “Os Anais de Primavera e Outono”, crônicas históricas, atribuídas a Confúcio.

Nesse período, 170 estados familiares viviam fora do controle central disputando poder e tentando dominar uns aos outros. São esses conflitos que vemos representados no filme. Confúcio defendeu a unificação da China de forma harmoniosa.

Este período é marcado por crescimento econômico, demográfico, agrícola e pela soberania da Dinastia Zhou.

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