História | 70 anos do fim de Auschwitz




Nesta terça-feira, dia 27, 300 sobreviventes de Auschwitz retornaram ao lugar onde viveram os piores momentos de suas vidas e também um dos capítulos mais aterrorizantes da história da humanidade. Há exatos 70 anos, os presos do campo de concentração de Auschwitz eram libertados pelo Exército Vermelho na fase final da Segunda Guerra Mundial. (via G1)

Auschwitz era maior campo de concentração nazista, localizado no sul da Polônia, e tinha como objetivo conter a enorme massa de judeus presos. Entre os anos de 1942 e 1944, trens transportavam judeus de toda  a Europa ocupada pelos nazistas para lá. Auschwitz era constituído por vários campos:

Auschwitz I: Era campo principal e o centro de administrativo. Neste campo foram presos muitos intelectuais poloneses e prisioneiros soviéticos. Foi criado em 1940 por ordens do Reichführer da SS, Heinrich Himmler. Os prisioneiros eram postos para trabalhar e também eram aplicadas penosas punições.

Auschwitz II - Birkenau: Enquanto Auschwitz I era um campo de concentração, Auschwitz II era um campo de extermínio. Neste campo foram mortos judeus e ciganos. Essa área era constituída por quatro câmaras de gás que também serviam como fornos crematórios.

Auschwitz III - Monowitz: Era um campo de trabalho escravo, onde os prisioneiros realizavam trabalhos para uma empresa de combustíveis líquidos e borracha sintética.

Além dessas três áereas, Auschwitz ainda possui 45 campos satélites.

Durante o Julgamento de Nuremberg, o primeiro comandante, Rudolf Höss, confessou que mais de três milhões de pessoas foram mortas em Auschwitz, 2.500.000 mortas nas câmaras de gás e 500.000 mortas por fome e doenças. No entanto, o número mais aceito de vítimas esteja em torno de 1,3 milhão sendo a grande maioria de judeus que não foram os únicos enviados para Auschwitz. Ainda foram enviados 150 mil poloneses, 23 mil ciganos romenos, 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos, em torno de 400 Testemunhas de Jeová e outras dezenas de pessoas de nacionalidades diferentes.

Anne Frank
Entre os prisioneiros de Auschwitz estava a adolescente Anne Frank que passou dois meses no campo de concentração em 1944. Anne Frank morreu em 1945, vítima de tifo. Os relatos escritos da adolescente estão reunidos no livro "O Diário de Anne Frank", publicado em 1947.

No dia 27 de janeiro de 1945, os ainda prisioneiros dos campos de concentração foram libertados pelo Exército Soviético. O que os soldados soviéticos encontraram foi uma amostra do inferno: além dos 750.000 prisioneiros restantes em estado de saúde deploráveis, os oficiais encontraram 348.820 ternos de homens, 863.255 vestidos de mulheres, montanhas de óculos, cabelos humanos e calçados, sendo muito deles de crianças.

A lembrança dos sobreviventes

Hoje, é um dia de muitas lembranças para os sobreviventes de Auschwitz. Zofia Posmysz, de 91 anos, lembra quando pessoas desesperadas se jogavam contra as cercas eletrificadas para por fim a própria vida: "ninguém pode imaginar o grito de uma pessoa eletrocutada".

"Vi cadáveres pendurados nas cercas de arames. À noite, as mulheres jovens saíam dos barracões e iam se jogar contra as cercas elétricas. Era horrível, era realmente horrível!", nos conta Zofia que era a prisioneira nº 7566.

Sara Perelmuter, de 90 anos, moradora de um abrigo na zona norte de Porto Alegre, relembra sua passagem por Auschwitz quando foi levada para lá junto com a tia, em maio de 1941. Ao descrever os prisioneiros e a rotina do campo de concentração, Sara diz: "todos nós víamos isso. Eu ia ao banheiro no dia seguinte, e lá estavam os corpos socados no chão. Eles matavam os velhos, as crianças e os deficientes físicos".

Sara ainda lembra das condições de trabalho no campo de Auschwitz, onde viviam "como animais". A alimentação era à base de sopa, o que na verdade era uma tigela aguada com restos de vegetais. Ao final de cada semana de trabalho, recebiam como pagamento sabonetes que logo depois descobriram que eram feitos com a gordura dos prisioneiros mortos.

Sara Perelmuter diz que viu uma luz de esperança quando foi recrutada para trabalhar na fábrica de alumínio de Oskar Schindler. Com então 16 anos, Sara fazia parte de um grupo de 800 mulheres, mas tempo depois foi levada de volta para Auschwitz.

No dia da libertação, Sara conta que os prisioneiros foram acordados a gritos de que a guerra havia terminado. "Nós choramos, nos abraçávamos e não sabíamos o que fazer. Eles (a Cruz Vermelha) nos deram latas de conserva de carne, sardinha, pão, e a gente jogava isso para dentro dos vagões, para os homens que estavam muito fracos." (via ZH)

Portão de entrada de Auschwitz, onde se lê, em alemão, "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta)


Agosto de 1944. Foto batida secretamente mostra mulheres sendo despidas e levadas às câmaras de concentração.


Trem de carga onde eram transportados os prisioneiros para o campo de concentração.

O interior de uma câmara de gás
Pertences dos prisioneiros de Auschwitz como sapatos e óculos fazem parte do Museu em homenagem ás vítimas do nazismo.

Interior de uma crematório de Auschwitz I


Prisioneiros mortos em Auschwtiz

FONTES: http://segunda-guerra.info/mos/view/Campos_de_Concentra%C3%A7%C3%A3o_e_Exterm%C3%ADnio/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Auschwitz

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